Yo no conozco el mar.
Se me antoja una música propicia
para llorar,
donde pululan olas, disonantes
como tus lágrimas
sobre la música de tu mirar.
Lloras... y yo comprendo
rápidamente la amplitud del mar.
Tu pecho se levanta en los suspiros
y tu llanto se rompe al sollozar.
Y lloro internamente por sumar
las perlas incoloras de mi fuente
a las imprescindibles tempestades del mar.
Dame la mano. Siento
ganas de sollozar
y verter nuestras lágrimas salinas
cerca de las divinas transparencias del mar.
Yo no sé de marinas lobregueces,
pero te ví llorar.
México, 5 de julio de 1918.
"Poesias não colecionadas: II" - José Gorostiza
(Tradução/transcriação de Adriano Nunes)
Eu não conheço o mar.
Parece-me uma música propícia
para chorar,
donde pululam ondas, dissonantes
tal tuas lágrimas
perante a música do teu olhar.
Choras... e eu compreendo
rapidamente a amplitude do mar.
Teu peito se levanta nos suspiros
e teu pranto se rompe ao soluçar.
E choro internamente por somar
as pérolas sem cor da minha fonte
às imprescindíveis tempestades desse mar.
Entrega-me a mão, sinto
ganas de soluçar
e verter nossas lágrimas salinas
perto das divinas transparências desse mar.
Eu não sei de marinhos borramentos,
mas eu te vi chorar.
In: GOROSTIZA, José. "Poesía y Poética". Madrid: ALLCA XX, 1997, p. 93.
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