"Violentamente. Qualquer horizonte" - Para Nelson Ascher
O que devo fazer com a memória
Não revelada, sob metros e medos
Espalhados, nas gavetas dos sonhos,
Enquanto essa tristeza me convence
De que a poeira a pousar sobre a tez
De tudo que me sinto apenas cobre
A ilusão, negro esmalte, vítrea dor?
Ai, são tantas as úlceras por ver!
Liberto-me do olvido e volto à verve,
Violentamente. Qualquer horizonte
Serve-me de propício porto, ponte
Para o infinito, porque quero agora
A minha vida atada a cada verso,
O meu tempo sobre a carne do tempo.
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