"La orilla del mar" - José Gorostiza
No es agua ni arena
la orilla del mar.
El agua sonora
de espuma sencilla,
el agua no puede
formarse la orilla.
Y porque descanse
en muelle lugar,
no es agua ni arena
la orilla del mar.
Las cosas discretas,
amables, sencillas;
las cosas se juntan
como las orillas.
Los mismo los labios,
si quieren besar.
No es agua ni arena
la orilla del mar.
Yo sólo me miro
por cosa de muerto;
solo, desolado,
como en un desierto.
A mí venga el lloro,
pues debo penar.
No es agua ni arena
la orilla del mar.
"A margem do mar"
(Tradução/transcriação de Adriano Nunes)
Não é água ou areia
a margem do mar.
Essa água sonora
de simples espuma,
dessa água não pode
formar-se orla alguma.
E porque descanse
em praieiro lar,
não é água ou areia
a margem do mar.
As coisas discretas.
amáveis, singelas;
as coisas se juntam
como as margens, elas.
Os símiles lábios,
querem-se beijar.
Não é água ou areia
a margem do mar.
Apenas me admiro
por quase morto;
tão só, desolado,
como em um deserto.
A mim venha o choro
pois devo penar.
Não é água ou areia
a margem do mar.
In: GOROSTIZA, José. "Poesía y Poética". Madrid: ALLCA XX, 1997, páginas 8.
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