"SONETO DE LA CARTA" - Federico García Lorca
Amor de mis entrañas, viva muerte,
en vano espero tu palabra escrita
y pienso, con Ia flor que se marchita,
que si vivo sin mí quiero perderte.
El aire es inmortal. La piedra inerte
ni conoce Ia sombra ni Ia evita.
Corazón interior no necesita
Ia miel helada que Ia luna vierte.
Pero yo te sufrí. Rasgué mis venas,
tigre y paloma, sobre tu cintura
en duelo de mordiscos y azucenas.
Llena, pues, de palabra mi locura
o déjame vivir en mi serena
noche del alma para siempre oscura.
"Soneto da carta"
(Tradução/transcriação de Adriano Nunes)
De meu âmago amor, viva morte,
em vão espero tua p'lavra escrita
e penso co'a flor que se debilita,
que se vivo sem mim quero perder-te.
Inalcançável ar. A pedra inerte
não reconhece a sombra nem a evita.
Íntimo coração não necessita
Do mel congelado que a lua verte.
Minhas veias rasguei. A duras penas,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em luta de mordiscos e açucenas.
Cubra-me de p'lavra minha loucura
ou deixa-me viver numa serena
noite de alma infinitamente escura.
In: "Poesía Completa". Editora Debolsillo.
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