Nenhuma panela poética me pariu.
Eu sou produto do eu sozinho.
Nenhuma premissa me contém.
Eu sou promíscuo e passo bem.
Nenhuma proeza me abortou.
Eu sou aquele pássaro atrás do próprio voo.
Nenhuma prisão me encerra.
Eu sou propícia ponte para a quântica quimera.
Nenhuma parábola me condena.
Eu sou apenas poeta: espalho essa cantilena
Caótica, sem pressa,
Sem dar, à coisa alguma, trégua.
E quando esqueço quem me sinto,
Pinto o sete,
Apronto todas,
Vivo a vaia,
Ensaio a valsa avulsa convulsa
No vácuo iridescente
De algum poente,
Não estou nem aí para desculpas ou culpas,
Abrigo Borges, Bandeira e Baudelaire
No âmago do infinito,
Dispenso quem me queira mostrar a saída
Do meu labirinto íntimo.
Um comentário:
Adriano,a exposição de imagens que dizem do íntimo de maneira contundentte e bela!!Merecida homenagem a Nydia Bonetti,inteligentíssima poetisa dos afetos! Graça
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