sábado, 26 de janeiro de 2013

Adriano Nunes: "A minha irreverente musa"

"A minha irreverente musa"


A minha irreverente musa
É, sem dúvida, a minha mente.
Às vezes, assusta-me: Intrusa,
Intrépida, astuta, impaciente.

Às vezes, surge, de repente,
E, a entregar-me o sol, se recusa,
Como se eu fosse um oponente,
Tal Perseu diante de Medusa.

Outras vezes, remanescente
Do estupor do tédio, confusa,
De não a iluminar me acusa,

Culpa-me da vida reclusa
Que leva, que assiste, somente. E,
Por isso, pouco me consente.

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