"A memória pétrea, inconfessa"
Dos frágeis fósseis do amor, resta
A memória pétrea, inconfessa.
Sequer o pó de uma promessa
Sub-reptícia a enrugar a testa.
Era madrugada, tal esta
Em que nada mais me interessa,
Em que cada instante depressa
Passa e à vida esse vácuo empresta.
Era manter a porta aberta
E ver onde o sonho começa,
Desvendando o quebra-cabeça,
Em silêncio, peça por peça.
Ai, de estranho torpor desperta
O meu peito e mantém-se alerta!
Um comentário:
Lindo poema! Muito bom encontrá-lo e lê-lo, e ouvi-lo. Parabéns!
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