sábado, 28 de novembro de 2015

Adriano Nunes: "Ser-me, até ficar tonto"

"Ser-me, até ficar tonto"


Eu sou o que não vem,
Como se fosse quem
Pudesse mesmo além
Estar de si, por bem
Ou mal, quase ninguém.
Depois é que me encontro
Nalgum estranho ponto
Em mim. E não há como
Ser-me, até ficar tonto.
Suponho que me exponho
Por ser quem sou, em sonho,
Até não me ser. Pronto:
Sou? O ser que me tem
Não me contém também.

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