"O amor de Alyuska Petrova"
Estamos em um pequeno quarto
Localizado no inalcançável corredor
Do Castelo de Artvyleviev.
Quase é impossível de
Chegar lá. Essa façanha, digo-lhes,
Consegui por causa de um liame sináptico.
Mas deixemos isso de lado,
Por enquanto. As paredes do quarto
Têm mais a contar-nos.
Uma vez, a cada século,
Uma jovem princesa fica uma semana
Inteira trancafiada nessa alcova.
O que ela faz? Ela escreve cartas de amor?
Quem será que ela demais ama?
Para quem escreve? Esse é o mistério!
Nunca se viu nada nem de algo se soube
Para quem Alyuska Petrova
Faz as tais cartas.
Hoje é o sexto dia. Já é noite.
Parece certo que verei
O conteúdo desses escritos.
Sim, e dir-lhes-ei o que
Há em cada linha, em cada
Signo se tudo for cognoscível.
Os antigos boatos, tantos boatos,
Alegavam que a princesa estava
Amando a mando do seu coração.
Pelos primos rabiscos que já li
Disso não duvido -
As astúcias do coração muitas são!
Alyuska deve mesmo estar amando.
O amor parece-lhe, entretanto,
Um labirinto. Apenas isso.
Por que Alyuska Petrova
Só vai ao quarto a cada século?
Será um fantasma que quer
Prestar as contas com Eros?
Mas não existem fantasmas.
Alyuska também não existe.
Só o amor de Alyuska ainda existe decerto.
Porque é a única coisa que dura
Infinitamente, dentro ou fora
Da mente. Alyuska escreve
Para o seu amor que é o próprio
Amor, o amor sem ser negócio.
Alyuska não há mesmo.
Resta apenas a pena e a folha em branco
E tudo por escrever. Tudo.
A cada século sonhamos
Que Alyuska Petrova volta ao quarto
Para que fiquemos intrigados
Com a possibilidade de amor haver.
Para que tenhamos futuro.
Porque dependemos desse
Futuro ainda bruto,
Latente, a corroer o sempre.
Para que fiquemos amalgamados
Na possibilidade de haver amor.
Amor que tem as chamas mantido
Nas lareiras e nos incêndios do íntimo,
O amor desesperado das horas
Que poderiam existir sem amor,
O amor incontido.
Ou o que reina absoluto nos livros.
Nos versos. Nos olhares. Qual pólvora.
Realmente não existe Alyuska Petrova.
Existem sombras e alegria.
No entanto, o corredor infindo
Do Castelo de Artvyleviev
À espera de Alyuska segue.
Estamos no sexto dia. É noite.
Do amor ninguém nada soube.
Que do amor alguém saberia?
Que, ao menos, seja o amor leve.
Localizado no inalcançável corredor
Do Castelo de Artvyleviev.
Quase é impossível de
Chegar lá. Essa façanha, digo-lhes,
Consegui por causa de um liame sináptico.
Mas deixemos isso de lado,
Por enquanto. As paredes do quarto
Têm mais a contar-nos.
Uma vez, a cada século,
Uma jovem princesa fica uma semana
Inteira trancafiada nessa alcova.
O que ela faz? Ela escreve cartas de amor?
Quem será que ela demais ama?
Para quem escreve? Esse é o mistério!
Nunca se viu nada nem de algo se soube
Para quem Alyuska Petrova
Faz as tais cartas.
Hoje é o sexto dia. Já é noite.
Parece certo que verei
O conteúdo desses escritos.
Sim, e dir-lhes-ei o que
Há em cada linha, em cada
Signo se tudo for cognoscível.
Os antigos boatos, tantos boatos,
Alegavam que a princesa estava
Amando a mando do seu coração.
Pelos primos rabiscos que já li
Disso não duvido -
As astúcias do coração muitas são!
Alyuska deve mesmo estar amando.
O amor parece-lhe, entretanto,
Um labirinto. Apenas isso.
Por que Alyuska Petrova
Só vai ao quarto a cada século?
Será um fantasma que quer
Prestar as contas com Eros?
Mas não existem fantasmas.
Alyuska também não existe.
Só o amor de Alyuska ainda existe decerto.
Porque é a única coisa que dura
Infinitamente, dentro ou fora
Da mente. Alyuska escreve
Para o seu amor que é o próprio
Amor, o amor sem ser negócio.
Alyuska não há mesmo.
Resta apenas a pena e a folha em branco
E tudo por escrever. Tudo.
A cada século sonhamos
Que Alyuska Petrova volta ao quarto
Para que fiquemos intrigados
Com a possibilidade de amor haver.
Para que tenhamos futuro.
Porque dependemos desse
Futuro ainda bruto,
Latente, a corroer o sempre.
Para que fiquemos amalgamados
Na possibilidade de haver amor.
Amor que tem as chamas mantido
Nas lareiras e nos incêndios do íntimo,
O amor desesperado das horas
Que poderiam existir sem amor,
O amor incontido.
Ou o que reina absoluto nos livros.
Nos versos. Nos olhares. Qual pólvora.
Realmente não existe Alyuska Petrova.
Existem sombras e alegria.
No entanto, o corredor infindo
Do Castelo de Artvyleviev
À espera de Alyuska segue.
Estamos no sexto dia. É noite.
Do amor ninguém nada soube.
Que do amor alguém saberia?
Que, ao menos, seja o amor leve.
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