terça-feira, 2 de outubro de 2012

Adriano Nunes: "Sobre a brusca bruma"

"Sobre a brusca bruma"



O espectro de alguma
Vontade secreta,
Sobre a brusca bruma

Dessa madrugada,
Circunda-me, acerta-me.


Por que muito escuto
Os ecos da astúcia
Do teu corpo sobre
O meu, sobretudo
O atrito, o suor,


O ritmo do infinito
Enquanto estou só?
Não se pode ter
Tudo, não se pode.

Na memória, um corte

Faz-se. Além da carne,
O quântico canto
Do olhar, um assombro:
Nunca se está pronto
Pra o amor, para tanto.

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