segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Adriano Nunes: "E, à tez do olho, o ser brilha"

"E, à tez do olho, o ser brilha"



A estudar óptica estando,
Aflora uma redondilha,
E, à tez do olho, o ser brilha.
Fora de qualquer comando,

Além das lentes, fervilha 
A vez dos feixes em bando,
O que estou considerando:

Vê-se o verde duma ervilha

porque o verde é refletido
No córtex, e a imagem tida
É mesmo toda invertida.

Por que, ó poesia, nítida
Miragem, grã estampido,
A teus pés tenho caído?

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