sábado, 13 de outubro de 2012

Adriano Nunes: "Entre as frestas do infinito"

"Entre as frestas do infinito" 


Entre as frestas do infinito,
Procuro-te e reproduzo-te
Em mim, pois sei que, depois,
O frio da falta, o espectro
Da espera, a foice da ausência 
Nunca, nunca alcançarão
Meu coração, porque disso

Certo estou: que além das gretas
Do agora, o teu grã silêncio
Poderá ser contemplado,
Num êxtase de existir,
E, a memória, além do quarto,
Dos espelhos, do diálogo,
Que mesmo não me dará?

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