"Soneto 57" (Tradução de Adriano Nunes)
Servo de ti, farei o que senão
Zelar por se cumprir tua vontade?
Não tenho excelso tempo a ser em vão,
Nem ofício a fazer que não te agrade.
Zelar por se cumprir tua vontade?
Não tenho excelso tempo a ser em vão,
Nem ofício a fazer que não te agrade.
Sequer censuro a hora que é infinda
Ao cuidar, meu senhor, do tempo teu,
Nem penso co' amargor a ausência advinda
Quando ao servo teu deste outro adeus.
Ao cuidar, meu senhor, do tempo teu,
Nem penso co' amargor a ausência advinda
Quando ao servo teu deste outro adeus.
Nem ouso sob ciúmes perguntar
Onde estarás ou quais os teus negócios,
E espero, triste servo, co' o pensar
Que feliz é quem frui contigo os ócios.
Onde estarás ou quais os teus negócios,
E espero, triste servo, co' o pensar
Que feliz é quem frui contigo os ócios.
Como tolo o amor é, que em teu querer,
No que possas fazer, mal algum vê.
No que possas fazer, mal algum vê.
William Shakespeare: "Sonnet 57"
Being your slave what should I do but tend,
Upon the hours, and times of your desire?
I have no precious time at all to spend,
Nor services to do, till you require.
Upon the hours, and times of your desire?
I have no precious time at all to spend,
Nor services to do, till you require.
Nor dare I chide the world-without-end hour,
Whilst I, my sovereign, watch the clock for you,
Nor think the bitterness of absence sour
When you have bid your servant once adieu;
Whilst I, my sovereign, watch the clock for you,
Nor think the bitterness of absence sour
When you have bid your servant once adieu;
Nor dare I question with my jealous thought
Where you may be, or your affairs suppose,
But, like a sad slave, stay and think of nought
Save, where you are, how happy you make those.
Where you may be, or your affairs suppose,
But, like a sad slave, stay and think of nought
Save, where you are, how happy you make those.
So true a fool is love, that in your will,
Though you do anything, he thinks no ill.
Though you do anything, he thinks no ill.
SHAKESPEARE, William. The Sonnets and A Lover's Complaint. Edited by John Kerrigan. London: Penguin, 2009, p. 59.
Um comentário:
Lindo demais, gracias por toda Poesia que exalas, por mais um grande poema em nosso idioma.
Beijo,
Carmen
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