domingo, 12 de abril de 2015

Diego Hurtado Mendoza: " Tibio en amores no sea yo jamás" (Tradução de Adriano Nunes)

"Tíbio em amores não seja jamais" (Tradução de Adriano Nunes)


Tíbio em amores não seja jamais,
frio ou cálido, em fogo todo ardido;
quando o tino larga o ritmo pra trás
nem mal é bem, nem bem é conhecido.

Pouco ama o que não perde o sentido,
o tino e a paciência deixa atrás,
e não morra de amor, senão de olvido,
o que de amores pensa saber mais.

Como nave que corre em noite escura
por brava praia em forte temporal,
deixa-se ao vento e submete-se ao mar,

Assim eu, no perigo de penar,
agregando mais males a meu mal,
em desesperação busco ventura.



Diego Hurtado Mendoza: " Tibio en amores no sea yo jamás"


Tibio en amores no sea yo jamás, 
frio o caliente, en fuego todo ardido; 
cuando el seso va fuera de compás 
ni el mal es bien, ni el bien es conocido. 

Poco ama el que no pierde el sentido, 
el seso y la paciencia deja atrás,
y no muera de amor, sino de olvido, 
el que de amores piensa saber más. 

Como nave que corre en noche escura 
por brava playa en recio temporal, 
déjase al viento y métese a la mar, 

Así yo, en el peligro del penar, 
añadiendo más males á mi mal, 
en desesperación busco ventura.




MENDOZA, Diego Hurtado de. Poesía completa. Edición, introducción y notas de José Ignacio Díez Fernández. Barcelona: Planeta, 1989, p. 80.

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