"Tíbio em amores não seja jamais" (Tradução de Adriano Nunes)
Tíbio em amores não seja jamais,
frio ou cálido, em fogo todo ardido;
quando o tino larga o ritmo pra trás
nem mal é bem, nem bem é conhecido.
Pouco ama o que não perde o sentido,
o tino e a paciência deixa atrás,
e não morra de amor, senão de olvido,
o que de amores pensa saber mais.
Como nave que corre em noite escura
por brava praia em forte temporal,
deixa-se ao vento e submete-se ao mar,
Assim eu, no perigo de penar,
agregando mais males a meu mal,
em desesperação busco ventura.
Diego Hurtado Mendoza: " Tibio en amores no sea yo jamás"
Tibio en amores no sea yo jamás,
frio o caliente, en fuego todo ardido;
cuando el seso va fuera de compás
ni el mal es bien, ni el bien es conocido.
Poco ama el que no pierde el sentido,
el seso y la paciencia deja atrás,
y no muera de amor, sino de olvido,
el que de amores piensa saber más.
Como nave que corre en noche escura
por brava playa en recio temporal,
déjase al viento y métese a la mar,
Así yo, en el peligro del penar,
añadiendo más males á mi mal,
en desesperación busco ventura.
MENDOZA, Diego Hurtado de. Poesía completa. Edición, introducción y notas de José Ignacio Díez Fernández. Barcelona: Planeta, 1989, p. 80.
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