terça-feira, 28 de abril de 2015

César Vallejo: "Rosa blanca" (Tradução de Adriano Nunes)

"Rosa branca" (Tradução de Adriano Nunes)



Sinto-me bem. Agora
brilha um estoico gelo
em mim.
dá-me riso esta soga 
rubi
que rechina em meu corpo.
Soga sem fim,
como uma
voluta
descendente
de
mal...
Soga sanguínea e surda
formada de
mil facas em puntal.
Que vá assim, trançando
seus rolos de crepom;
e que ate o gato trêmulo
de medo ao ninho gelado,
ao último fogão.
Eu agora estou sereno,
com luz.
E murcho em meu Pacífico
um náufrago ataúde.



César Vallejo: "Rosa blanca"


Me siento bien. Ahora
brilla un estoico hielo
en mí.
Me da risa esta soga
rubí
que rechina en mi cuerpo.
Soga sin fin,
como una
voluta
descendente
de
mal...
Soga sanguínea y zurda
formada de
mil dagas en puntal.
Que vaya así, trenzando
sus rollos de crespón;
y que ate el gato trémulo
del Miedo al nido helado,
al último fogón.
Yo ahora estoy sereno,
con luz.
Y maya en mi Pacífico
un náufrago ataúd.


VALLEJO, César. "Truenos". In: _____. Obra Poética Completa. Lima: Francisco Moncloa Editores, 1968, p. 108.

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