domingo, 5 de abril de 2015

Adriano Nunes: "O amor"

"O amor"

O mar
Imenso
E a quântica
Sereia.

Contente
A música
Repete-se,
Com um
Tom grave
E um tom
Agudo,
Tum-tá!,
A sístole e a
Diástole
Pra tudo,
E jorra
Do fundo
Do peito
Do amante,
Lugar
Só feito
De carne
E álibis,
De átrios
E báratros
Profundos,
Recantos
De lances
Tocantes.
Navios,
Naus, barcos,
Jangadas,
Fragatas,
Canoas
E botes-
Naufrágios
Perfazem
Um número
Crescente.
E há
Os que
Também
Pretendem
Poder
Forjar
Um truque,
Ter nortes -
O risco
De estar
Entregue
À mágica
Do encanto, 
No entanto,
É tanto -
Que engano!
De Circe,
Da ira
De Hera
E de
Posídon,
Fugir
Até
Que podem,
Mas desse
Batuque
Que surge
Tão nítido
E forte,
É quase
Incrível!
O tempo
E o corpo
São prova
Concreta
De que
Ninguém
Escapa
Ao ritmo
Do ser
Metáfora-
Marítimo.
Fragmentos
Bem boiam
Nas águas
Do íntimo
Do nada,
O que
Nem resta
E marcas
Deixou,
Que fogo
Em todo
Pensar
Ateia.
Que ainda
Resiste
Ao amor -

O mar
Imenso e a
Pulsátil
Sereia?

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