Entre imprevistas horas,
Essa que já não passa.
Entre as nômades nódoas,
Essa que muito a alma
Marca e esse silêncio
De silício aderido
Ao sonho de cingir
O só-ser, na palavra
Mar - quânticos instintos,
Enquanto mais se despem
De si os pensamentos,
Como se nós quiséssemos
A distinta metade
Do que não há, a outra
Fatia da alegria
Ou do desassossego
Que nos modelam dia
A dia, como se
Jamais houvesse mesmo o
Que abraçar com o olhar
De passagem, já livre.
Por consorte a certeza
Tivemos nas intrépidas
Tentativas de achar
Uma trilha pra Ítaca,
A astúcia de ficar
Em algum ponto entre
Pasárgada e Macondo,
O que decerto acalma,
Mas ao peito não basta.
Perdemo-nos sob flertes
Do cansaço e do caos
Que engendramos no âmago.
Agora, o grã segredo
Sequer nos quer. Andamos
Lado a lado qual cães,
Sem saber das delícias
Do onírico horizonte
Da língua. Passeamos
Repelidos de nós,
Como se fosse outro
Tempo em nós permitido,
Pra cantarmos a ode
Da nossa irreverência,
Pra aceitarmo-nos prontos,
Fracassados e prontos,
Com o furor na fronte
Explícito, exitoso.
E, num piscar de preces
Supérfluas, superarmos
O que mais nos pensamos
E sentimos. Nós somos
A feroz ameaça
Ao que vale um portento,
O límpido sorriso,
Desde que sós partimos
De Troia. Foi preciso
Esquecer todo o fogo
A arder, as chamas altas
Chamando-nos por nomes,
Os corpos profanados
E as cinzas do que ainda
Vingava mesmo ao longe.
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