"Abre a porta"
Desprende-se a noite do báratro infinito.
Baco ainda não veio e
Tudo parece estar mesmo sem graça.
Dançam a valsa avulsa intactas taças
Como se a vida fosse dar em nada.
Alguém flerta-me de longe.
Alguém escapa pela tangente da lente
De contato. Mero embaraço
De olhos e luzes e liames íntimos.
Quem é o espectro esperto, desperto, perto,
Pronto para dar o bote
Em meu peito sem norte?
Dez para dez, a rua arde, a língua pede o
Álcool forte das desilusões repentinas.
Tudo gira e pode dar até certo,
Mas meu coração, disposto
A todas as aventuras
De uma vez só, indaga, sem demora,
Que horas são agora?
Com bacantes e Príapo,
Com o cântaro à mão,
Ágil, a sorrir, Baco
Abre a porta.
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