sábado, 22 de fevereiro de 2014

Adriano Nunes: Deixaram-nos os bárbaros essa manhã

Deixaram-nos os bárbaros essa manhã



Deixaram-nos os bárbaros essa manhã.
A hora permanece intacta, cada arranjo
De flor preso aos pilares quase ao pranto dá-se,
As avenidas vão-se em rumores e vácuos.

Por que partiram cedo, lançando à lembrança
Os enigmas do amor e a sua dimensão
Distinta e indesvendável? Que medos e máscaras
Agora nos confortam, mesclam-se às palavras?

Tomaram-nos, às pressas, perigosos báratros
De certezas tirânicas, determinantes -
As traças da rotina -. Em silêncio, no catre
Das quânticas quimeras, o poeta os canta.

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