sábado, 15 de fevereiro de 2014

Adriano Nunes: "De regimentos, reis e ritos rígidos"

"De regimentos, reis e ritos rígidos"



Preso à burocrática geometria
Do escritório, cercado por ofícios,
Memorandos, mobília e manuscritos
De ética e etiqueta e estilo, isso

Que se convencionou chamar princípio
Promissor, civil, administrativo, 
Entregue às artimanhas do empreguismo 
Público, percebo, pasmo, o perigo

Escondido nesse circuito íntimo
De regimentos, reis e ritos rígidos:
O podar do ser que me penso e sinto,

Enquanto aponta, para cada dígito
Do relógio, um ponteiro imprevisível
Que dita ser infindo o turno ao fim.

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