domingo, 16 de fevereiro de 2014

Adriano Nunes: "Eadem ratione"

"Eadem ratione"



Resta o riso.
Não há rosto.
Resta o ritmo.

Não há rima.
Resta o esboço.
Não há folha.

Resta a mira.
Não há olho.
Resta o gozo.

Não há corpo.
Resta o rastro.
Não há pista.

Resta o reto.
Não há óbvio.
Resta o oco.

Não há casca.
Resta o modo.
Não há como.

Resta o rumo.
Não há prova.
Resta o mofo.

Não há velho.
Resta a parte.
Não há perda.

Resta a pressa.
Não há perna.
Resta a regra.

Não há rito.
Resta a régua.
Não há metro.

Resta a soma.
Não há menos.
Resta a sina.

Não há tempo.
Resta o sonho.
Não há outro.

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