terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Adriano Nunes: "Teu próprio oráculo"

"Teu próprio oráculo"


Não te enganes. É fato!
Tudo é mesmo um conchavo.
Os grupos são fechados.
Há preferidos, dado
Que podem ser amados,
Desde os tempos mais bárbaros.
Não se lembram de Pátroclo?
Só que agora os espaços
Estão menores. Claro
Que só para os do lado
De fora. O céu fechado!
Não te iludas, meu caro!
Na lei da vida, fácil
Não está nem pra Átropos,
Nem pra Baco. Sê prático:
Não comeste o pão gasto,
Pelo Demo amassado?
Que fazias, diabos!?
Abre o teu olho rápido
Para o universo lábil
Das lábias e dos laços
Dos moldados larápios
Dos bastidores táticos,
Pois, vê bem, é no palco
Que os atos ensaiados
São só dissimulados.
Não esperes aplausos.
Não esperes sensato
Apoio, o bote inflável.
Entre o furado barco
E o resgate atrasado,
Nada. Nada sonhado
Salva-te de ser náufrago,
Se ficares parado
Como estás. Dá um passo!
Salta do próprio báratro
De nortes remendados
Qual consolo barato
Para o momento. Um passo
Para que possas, ágil,
Ser o teu próprio oráculo.

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