"Natal no caderno de versos"
É Natal - vibram tão ligeiros
No caderno meros quartetos
De oito sílabas - têm feito
De tudo para ter um jeito
No caderno meros quartetos
De oito sílabas - têm feito
De tudo para ter um jeito
De decassílabos perfeitos
Ser. Estranhíssimo desejo!
Rimas pobres puderam cedo
Cantar hinos ao Deus Cordeiro.
Ser. Estranhíssimo desejo!
Rimas pobres puderam cedo
Cantar hinos ao Deus Cordeiro.
O metro diz-se satisfeito.
O ritmo à festa outro enredo
Deu. Um astro cadente veio
Confirmar a vida no seio
O ritmo à festa outro enredo
Deu. Um astro cadente veio
Confirmar a vida no seio
Da ceia, de paz tudo cheio
Está. A harmonia, o recheio.
Não tem o poeta direito
A ter um décimo terceiro.
Está. A harmonia, o recheio.
Não tem o poeta direito
A ter um décimo terceiro.
Poesia não é emprego.
Virá o dia derradeiro
Do ano, e poemas inteiros
Ainda sonham ser refeitos.
Virá o dia derradeiro
Do ano, e poemas inteiros
Ainda sonham ser refeitos.
Odes modernas até mesmo
Querem vestir-se de sonetos.
O alterar-se do agora a esmo.
O devir do dia primeiro...
Querem vestir-se de sonetos.
O alterar-se do agora a esmo.
O devir do dia primeiro...
E tudo em verso como selo!
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