"Milimetricamente"
Enquanto brigam egos,
Pra saber quem é mais
Milimetricamente
Poeta, teço esta
Pra saber quem é mais
Milimetricamente
Poeta, teço esta
Segunda quadra, mas
Devo até ser prudente,
Sem me fingir de cego,
Pra admitir: nenhum presta
Devo até ser prudente,
Sem me fingir de cego,
Pra admitir: nenhum presta
Bem à arte. Não nego
Que me dói ouvir gente
Proclamar que jamais
Teceria um soneto,
Que me dói ouvir gente
Proclamar que jamais
Teceria um soneto,
Que é coisa do passado
Mesmo. Também me afeta
Aquele que diz ser
O verso o que houver de
Mesmo. Também me afeta
Aquele que diz ser
O verso o que houver de
Ser, bastando, pra isso,
Misturar as palavras,
Num arranjo sem mínimo
Sentido. A esses lembro
Misturar as palavras,
Num arranjo sem mínimo
Sentido. A esses lembro
O que Coleridge disse:
Poesia requer
As melhores palavras
Na melhor ordem, claro,
Poesia requer
As melhores palavras
Na melhor ordem, claro,
Não qualquer embaraço
De signos, por acaso.
Tudo bem, versos vêm
De dentro, mas também
De signos, por acaso.
Tudo bem, versos vêm
De dentro, mas também
O pensamento que os
Molda, que lhes dá brilho,
Beleza, desde Horácio
Até o bardo Carlos.
Molda, que lhes dá brilho,
Beleza, desde Horácio
Até o bardo Carlos.
O poema, enfim, findo,
Rindo dessas tolices.
Porém, percebam bem:
Rima e ritmo são riscos!
Rindo dessas tolices.
Porém, percebam bem:
Rima e ritmo são riscos!
Um comentário:
Bom acompanhar sua poesia no Face e agora leio por aqui também! Legal!
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