sábado, 1 de setembro de 2012

Adriano Nunes: "Soneto de amor XVII"

"Soneto de amor XVII"



Contempla o meu sentimento
Esse som vivo no peito,
Como se o amor mor refeito
Solta-se do espaço intenso

Entre o que é teu, por direito,
E o que é só meu, por intento,
Como se o ser que nos penso

De infinitos fosse feito.

Então, liberto do medo
De doar-me a ti, concedo
À emoção denso desejo:

Em tudo que mais almejo,
Em nosso grácil segredo,
Abrigar-me, desde cedo.

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