"Vida e Arte" (Tradução de Adriano Nunes)
Não enquanto o fulgor do sangue seja intenso,
Pulsa alto o peito, o olhar oculto, não menos
Com paixão do que com pranto, a Musa ungirá
O vate pra amparar e acalmar co’ o cantar.
Logo não pede que expressem aos lábios tímidos
Dolorosa alegria, o pesar libertino.
A vida é seu poema; carne, gênio, e senso,
Lira cheia de cordas concorde ao contento.
Mas quando o sonho é concluso, falham os pulsos,
A ilusão do dia, co’o cair do crepúsculo,
Ele, sozinho, na penumbra, observa o pálido
Consolador Divino, vertido em Desgosto,
Adentra e apertar-lhe a mão, e beija-lhe o rosto.
Como agora os meus - abrem-se a cantar seus lábios.
Emma
Lazarus: "Life and Art"
Life and
Art
Not while
the fever of the blood is strong,
The heart
throbs loud, the eyes are veiled, no less
With
passion than with tears, the Muse shall bless
The
poet-sould to help and soothe with song.
Not then
she bids his trembling lips express
The aching
gladness, the voluptuous pain.
Life is his
poem then; flesh, sense, and brain
One
full-stringed lyre attuned to happiness.
But when
the dream is done, the pulses fail,
The day's
illusion, with the day's sun set,
He, lonely
in the twilight, sees the pale
Divine
Consoler, featured like Regret,
Enter and
clasp his hand and kiss his brow.
Then his
lips ope to sing--as mine do now.
LAZARUS,
Emma. Selected Poems. Edited by John Hollander. New York: Library of
America, 2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário