sábado, 2 de agosto de 2014

Emma Lazarus: "Life and Art"

"Vida e Arte" (Tradução de Adriano Nunes)




Não enquanto o fulgor do sangue seja intenso,
Pulsa alto o peito, o olhar oculto, não menos
Com paixão do que com pranto, a Musa ungirá
O vate pra amparar e acalmar co’ o cantar.
Logo não pede que expressem aos lábios tímidos
Dolorosa alegria, o pesar libertino.
A vida é seu poema; carne, gênio, e senso,
Lira cheia de cordas concorde ao contento.
Mas quando o sonho é concluso, falham os pulsos,
A ilusão do dia, co’o cair do crepúsculo,
Ele, sozinho, na penumbra, observa o pálido
Consolador Divino, vertido em Desgosto,
Adentra e apertar-lhe a mão, e beija-lhe o rosto.
Como agora os meus - abrem-se a cantar seus lábios.



Emma Lazarus: "Life and Art"


Life and Art


Not while the fever of the blood is strong,
The heart throbs loud, the eyes are veiled, no less
With passion than with tears, the Muse shall bless
The poet-sould to help and soothe with song.
Not then she bids his trembling lips express
The aching gladness, the voluptuous pain.
Life is his poem then; flesh, sense, and brain
One full-stringed lyre attuned to happiness.
But when the dream is done, the pulses fail,
The day's illusion, with the day's sun set,
He, lonely in the twilight, sees the pale
Divine Consoler, featured like Regret,
Enter and clasp his hand and kiss his brow.
Then his lips ope to sing--as mine do now.






LAZARUS, Emma. Selected Poems. Edited by John Hollander. New York: Library of America,  2005.

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