"Com matizes outros"
Há uma dor
Que insiste vingar
Em tudo que eu sou.
Ela não passa
Com Doril ou Anador.
Ela perpassa
As entranhas da casa,
Faz pirraça, só
Quer que eu saiba
Discernir bem a sua marca.
Vez ou outra sobe
Pelas paredes da memória,
Contorna os propósitos
Do que possa haver lá fora,
E chega aos versos para
Que apenas haja lágrimas.
Dor e só.
Há uma dor
Que em mim se processou
Desde que cada olho
Pintei com matizes outros -
A vontade de ter asas,
Ser Ícaro, mesmo que o voo
Dê em nada.
Ela não cessa com
Aspirina, paracetamol.
Nem com morfina ou
Com analgésicos dos bons.
Que ímã é o Sol!
Agora, pelo retrovisor
Das falhas táticas de socorro,
Percebo o risco que corro.
O amor é um mar revolto.
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