"Às alturas do íntimo" - para Mauro Sta Cecília
Aqui, restam o medo e os fragmentos
Da muralha, crianças sujas e
As mulheres escravas feitas sem
Qualquer pena ou remorso. O fogo chega
Às alturas do íntimo e reveste
A vista de memória e cinza. Velas
Vaidosas vão-se em mar alto. Navegam
Rumo à Grécia. Recolhem, muito bêbados,
Os corpos e armamentos, alguns gregos
Que ainda a sorte tentam, entre as perdas
E as graças. Talvez seja mesmo Helena
Em desespero a ir, a fugir de
Menelau. O seu peito entregue ao tempo
De haver um outro tempo a Páris serve
De recanto e veneno. São já dez
Da noite. Até bem pouco toda a gente
Contemplava o cavalo gigantesco
De Odisseu. Ao deus Zeus imploro que
O olvido nos devore, e que a dor cesse,
Que o filho de Laerte não regresse
À Ítaca, que tormentas sofra e seja
Infeliz. Em ruína o entendimento
Não nos conforta. Presos do silêncio,
Não mais quem somos nós conheceremos.
Que o olvido nos desvende, e o amor nos cegue.
Da muralha, crianças sujas e
As mulheres escravas feitas sem
Qualquer pena ou remorso. O fogo chega
Às alturas do íntimo e reveste
A vista de memória e cinza. Velas
Vaidosas vão-se em mar alto. Navegam
Rumo à Grécia. Recolhem, muito bêbados,
Os corpos e armamentos, alguns gregos
Que ainda a sorte tentam, entre as perdas
E as graças. Talvez seja mesmo Helena
Em desespero a ir, a fugir de
Menelau. O seu peito entregue ao tempo
De haver um outro tempo a Páris serve
De recanto e veneno. São já dez
Da noite. Até bem pouco toda a gente
Contemplava o cavalo gigantesco
De Odisseu. Ao deus Zeus imploro que
O olvido nos devore, e que a dor cesse,
Que o filho de Laerte não regresse
À Ítaca, que tormentas sofra e seja
Infeliz. Em ruína o entendimento
Não nos conforta. Presos do silêncio,
Não mais quem somos nós conheceremos.
Que o olvido nos desvende, e o amor nos cegue.
Nenhum comentário:
Postar um comentário