"Ainda não sei" - para Antonio Carlos Secchin
Não tinha tempo para mim
Porque eu não sabia quem
Eu era. Ainda não sei,
Porém sei que tenho também
Tempo para este que penso
Ser neste implacável momento.
A mim, que já sou este, eis
Que até dedico as horas todas.
À borracha, ao lápis e à folha,
Entrego-me inteiro: é a lei
Que pra mim mesmo promulguei.
Pareço não seguir leis outras.
Tendo o infinito como objeto,
A imaginação como o meio,
E a beleza como fim, creio
Que em mim poderei ter um bem
Raro: o tempo como mais quero,
O que me faz escrever versos.
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