"Prova" - para Antonio Cicero
Suponho que saberia
Apenas isso: que isso
Ser pode aquilo e
Que aquilo pode ser isso
Apenas isso: que isso
Ser pode aquilo e
Que aquilo pode ser isso
Quando convir
Ou for preciso.
Logo te digo:
O que sei é que é possível
Tudo no infindo
Espaço da poesia.
Não vês os dragões azuis saindo
Do decassílabo,
Enfeitado de resquícios
De versos de Horácio e Ovídio,
Porque amas os seus ritmos,
Não vês grãs tigres
Saltando, já, sobre as rimas
Toantes que construí
Só para ti?
Não vês libélulas lindas
Levando-te, com capricho
E amor, num rito,
Sóis, crisântemos e lírios,
Nas maiores redondilhas?
Sim, acredita,
Na quadra finda
Em quatro sílabas
Bem cabe a vida.
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