segunda-feira, 7 de julho de 2014

Adriano Nunes: "Que em mim tanto vingou"

"Que em mim tanto vingou"



Apenas sei do amor
O que dele ficou,
Não a convulsa moda
De que se leva pouco,
Que se lava e é novo,
Do que só vale o gozo,
Que se apaga com outro.
Ainda arde o fogo
Do gosto na memória
Daquele primo amor,
Madrugadas sem hora,
O mor fulgor do sonho
Da eternidade, a volta
Que em mim tanto vingou,
Cartas em pleno voo,
Silêncios dolorosos,
Planos, pragas, propósitos.
Nestes versos, as rosas
Murchas, desculpas só,
Desde que fugaz foste
Para Ítaca embora.

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