"Astérion"
Nove anos e é chegada a hora
Do banquete de Atenas vindo. Sinto
Que liberto serei do labirinto
Íntimo que me prende e me devora.
Ouço, ao longe, o barulho que decora
O mar. São negras velas que, co' instinto,
Avançam para Creta. Mas pressinto
A astúcia e as frias lâminas, à aurora,
Do jovem perspicaz, filho de Egeu.
Nada me dói. O fio encontro, mas não
Ouso cortá-lo. Perco-me em mim: eu.
Deixo-me ser ferido. As Parcas são
Cúmplices e mais torcem por Teseu.
Agarro-me às paredes, com paixão.
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