"Mesmo que almeje muito mais"
Contento-me incontido em ser
O imperador mor do meu quarto,
Mesmo que almeje muito mais
Do que me oferta a intimidade.
O imperador mor do meu quarto,
Mesmo que almeje muito mais
Do que me oferta a intimidade.
Quando ainda criança, era
Desse modo que me engendrava
No cosmo, alheio aos tais anseios
De infinitude que teria
Desse modo que me engendrava
No cosmo, alheio aos tais anseios
De infinitude que teria
Um dia. Então, papéis e lápis
Vingavam como as esperanças
Legítimas do meu império
De rimas pobres sem um norte.
Vingavam como as esperanças
Legítimas do meu império
De rimas pobres sem um norte.
Era o descobrir do prazer
Da poesia. E, aos cinco anos,
Debruçado sobre um mapa-múndi,
Lançava-me ao labor de versos.
Da poesia. E, aos cinco anos,
Debruçado sobre um mapa-múndi,
Lançava-me ao labor de versos.
Digo versos e poesia,
Porque é o que penso saber,
Hoje, preso do próprio império.
Digo prazer porque entregava-me
Porque é o que penso saber,
Hoje, preso do próprio império.
Digo prazer porque entregava-me
Inteiro àquele raro instante
De luz, e não me amalgamava
Na necessidade de ser
Lido, relido, exposto a críticos.
De luz, e não me amalgamava
Na necessidade de ser
Lido, relido, exposto a críticos.
Nunca a lua fora tão rosa!
Nunca os dragões foram tão dados
Às leis da liberdade, à lida
Do impossível! Tudo viria
Nunca os dragões foram tão dados
Às leis da liberdade, à lida
Do impossível! Tudo viria
A ser a quântica quimera
Para tudo. E que me importava
Saber de ritmo, regra e métrica,
Se escrever era uma alegria?
Para tudo. E que me importava
Saber de ritmo, regra e métrica,
Se escrever era uma alegria?
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