terça-feira, 1 de julho de 2014

Adriano Nunes: "E não há nada"

"E não há nada"



Estou tão triste, e
As estrelas atrelam-se ao infinito e
Não dão por isso.
A lua iluminada 
Lança-se além
E não há nada.
Os carros apressados passam sem
Que minha dor avistem
Pelo retrovisor.
Postos e postes vingam
Acesos. Alguns sonhos
Adormeceram hoje muito cedo.
Estou tão triste, e o
Caderno de rabiscos
Sequer atenta para o que confesso
A toda linha e às margens.
A noite findará
Indiferente a tudo
Que mais me penso e sinto,
Sem deixar um vestígio
Do que possa alcançar-me.
Mas estes versos têm
Desejado demais
Vir à vez, dar a cara
Ao que de sons e sombras
Todo o amor se impregnara.
Eles fizeram a
Existência ter íntimo.
Não é que o falcão de
Circe veio comigo
Ter agora! Não digo
O que a mim revelado
Fora. Estou mesmo triste.
As estrelas atrelam-se ao infinito e...
Quem se importa com isso?
Bateram forte à porta.





Nenhum comentário: