quinta-feira, 6 de março de 2014

Adriano Nunes: "Sem nem saber que tudo é vão"

"Sem nem saber que tudo é vão"



Enquanto espero, no salão
De beleza, a minha vez, penso
Meu mundo. Quanto ele intenso
É para o meu só coração,

Que vive, em rítmica ilusão,
Repetindo o batuque denso
De cada momento, sem senso,
Sem nem saber que tudo é vão. 

Desperto-me para a chamada
Da secretária. Serei eu
A Medusa precipitada,

Perante a espada de Perseu,
Pronta pra os báratros do nada,
Para o ser que em mim se perdeu?

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