"As pálpebras abertas para o amor"
Observo-te: paisagem implacável,
Desesperada ficção. Ó miríade
De noites que deram em nada, amarras,
Venenos, tédios e pontes poéticas
Ante a estátua da plástica volúpia,
Gozo pleno de adjetiva amplidão!
Vejo-te vindo, aqui, com outras línguas,
Sem o peso do metro, do recheio
Do ego, e aceito o flerte acidental
Do acaso, das taras incautas, por
Estar rendido aos teus plexos, pura
Alegria de sexo sem semáforos.
Canto-te em mim. Concebo a tua falta,
- Querer louco de unir os nossos óbvios,
As pálpebras abertas para o amor -
Pra compormos o que for das lembranças
Densas que nos amalgamam – Dois sóis
Em cio e só: cabeça, tronco e membros.
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