sábado, 17 de janeiro de 2015

Adriano Nunes: "De algum mar perto de Ítaca"

"De algum mar perto de Ítaca"


Então deixa que a vida alargue a vista,
Que te encontre a saída e que te diga
Quanto de ti há no mar e na brisa,
Que o quantum quântico do amor repita,
Se o desejo for isca, cada sílaba.
Sim, ilusão, por prazer arde e arrisca,
Vê a grã graça que te fez ubíqua,
Que em promessa bordou a despedida,
Que desfez, fio a fio, o medo e finca
A eternidade no ser, lábio e língua.
Dá-me a mão, sente que te sinto ainda.
És sereia secreta e preferida.
Amarrei-me ao teu canto, à tua química,
E já não me importa o regresso à Ítaca!

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