quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Adriano Nunes: "Bem de perto"

"Bem de perto"


Neste momento de barbárie e treva,
Um dilema,
Pensamentos,
Uma prece
Ao deus da razão pra que se revele.
Tanta pena.
Tanta perda.
A voz presa.
Imerso em sóis de Voltaire e Vieira,
Bem percebo
A sujeira,
A tragédia
Que a vida ferida segue
Bem de perto.
De ódio, bárbaros cegos!
Uma fresta.
Uma pedra.
Muitas feras.
Que o inesperado projétil
Não se atreva
Mais, é sério!,
A mexer
No silêncio
Tão alegre
Da liberdade de um mero desenho.
Pelas pétalas,
Pelo pranto que não cessa e tudo impregna,
Pela lei
De imperar uma lei do amor apenas,
Contra a intolerância plena e perpétua,
Contra os instintos violentos,
Outra trégua,
Um poema
Como alento.



Nenhum comentário: