"De tudo a máscara"
Duas lésbicas assassinadas
Em Ibateguara.
Dessa brutalidade
Tão pouco se fala.
E o que se fala,
Como será que se fala?
Ah, da maldade a ágil máquina!
Em Ibateguara.
Dessa brutalidade
Tão pouco se fala.
E o que se fala,
Como será que se fala?
Ah, da maldade a ágil máquina!
Criança indígena degolada.
Ah, como essa atrocidade
Retira de tudo a máscara!
Nem pontos nos is nem aspas.
Nem as desculpas esfarrapadas
Da tolerância forjada.
Mudem a cena, qual mágica,
Ah, como essa atrocidade
Retira de tudo a máscara!
Nem pontos nos is nem aspas.
Nem as desculpas esfarrapadas
Da tolerância forjada.
Mudem a cena, qual mágica,
E vejam como tudo marcha,
Distintamente, com vista ampliada,
Se se trocam os personagens.
Uma criança branca degolada.
Um casal assassinado em casa.
Ah, a igualdade rasa!
Ah, a audácia que disfarça
Distintamente, com vista ampliada,
Se se trocam os personagens.
Uma criança branca degolada.
Um casal assassinado em casa.
Ah, a igualdade rasa!
Ah, a audácia que disfarça
A inaceitabilidade,
A hipocrisia vasta,
Com engenhosa arte,
E engendra a carnificina educada
Das normas práticas
Que faz a humana carne
Das minorias a mais barata!
A hipocrisia vasta,
Com engenhosa arte,
E engendra a carnificina educada
Das normas práticas
Que faz a humana carne
Das minorias a mais barata!
Adriano Nunes
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