"Que é bem só"
Uma cobra
Se desdobra
Sobre o solo.
Só, se enrosca
Numa corda
Que se solta
Lá do sótão
Como folha
Ante o outono,
Como o pomo
Da discórdia.
Logo olha
Para a corda
Que se move
Quase erótica.
Tola cobra,
Que é bem só!
Olha e olha e
Como gosta
Do contorno
E das cores
Que se mostram
Num só tom.
Pende a corda
Sem ter nós.
Prende-a a cobra
Sob o dorso
Como um corpo,
Trança e gozo,
Porque sonha
Ser a corda
Outra cobra,
Tem nos ósculos
Do que for
Mesmo lógico
A peçonha
Do propósito
Que se pôs
Todo amor.
Sobe, sobe,
Se enrosca,
Chega ao topo,
Lá no sótão,
Num esforço
Rente a cobra
Que é corda.
E cai corda.
E cai cobra.
E, no tombo,
Tonta, acorda.
Se desdobra
Sobre o solo.
Só, se enrosca
Numa corda
Que se solta
Lá do sótão
Como folha
Ante o outono,
Como o pomo
Da discórdia.
Logo olha
Para a corda
Que se move
Quase erótica.
Tola cobra,
Que é bem só!
Olha e olha e
Como gosta
Do contorno
E das cores
Que se mostram
Num só tom.
Pende a corda
Sem ter nós.
Prende-a a cobra
Sob o dorso
Como um corpo,
Trança e gozo,
Porque sonha
Ser a corda
Outra cobra,
Tem nos ósculos
Do que for
Mesmo lógico
A peçonha
Do propósito
Que se pôs
Todo amor.
Sobe, sobe,
Se enrosca,
Chega ao topo,
Lá no sótão,
Num esforço
Rente a cobra
Que é corda.
E cai corda.
E cai cobra.
E, no tombo,
Tonta, acorda.
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