domingo, 29 de março de 2015

Adriano Nunes: "De ser só"

"De ser só"


Ó manhã
De tesouros
Para poucos!
Por que todo
Meu pensar
Para um corpo
Mais se volta,
Num só gozo,
Pelo olho,
Sol sináptico?

Por que outro
Corpo foge
Ao meu norte
E não pode
Minha fome
De horizontes
Saciar? 
Por que agora
Em mim doura
A vontade

De tocar-te,
Pele e lápis, 
Poro e lábia, 
Couro a couro, 
Ato e arte,
Pra deixar
De ser só
E ser outro,
Sonho e soro,
Por amor?

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