"O Aqueu" - para Alberto Lins Caldas
Podem aproximar-se um pouco mais.
Podem usar quaisquer lentes de aumento,
Quaisquer técnicas, quaisquer instrumentos
Para análise: ele continua
Ali, quieto, imerso em sua mágoa,
Nem dá pra perceber que é uma fera
Indomável. Abram ambos os olhos,
Com propósitos. Ele se desfez
De inumeráveis certezas. Talvez,
Precisem chegar mais próximo, logo,
Ter à mão novo aparelho capaz
De descobrir quem só são, que por trás
Há dessa sutileza animalesca.
Sintam o vento convulso do mar
Roçar a própria tez de pó e pólvora.
Vejam-no violar as regras rígidas
De Hera. Provem-no a chorar a perda
De Pátroclo, o amor descomunal. Ouçam-no
A gritar contra as muralhas de Troia,
A abalar o Ocidente, a Poesia.
Contemplem Heitor ser morto arrastado,
Cantem o fogo e as cinzas pelos lados,
Por nossa crueldade abençoada.
Já não lhes restam senão alma e nada.
Um pouco mais do olhar, e saberão
Que também foram feridos, por flechas,
Fundo, no calcanhar, pra sempre.
E além do que ser possa o coração.
Podem usar quaisquer lentes de aumento,
Quaisquer técnicas, quaisquer instrumentos
Para análise: ele continua
Ali, quieto, imerso em sua mágoa,
Nem dá pra perceber que é uma fera
Indomável. Abram ambos os olhos,
Com propósitos. Ele se desfez
De inumeráveis certezas. Talvez,
Precisem chegar mais próximo, logo,
Ter à mão novo aparelho capaz
De descobrir quem só são, que por trás
Há dessa sutileza animalesca.
Sintam o vento convulso do mar
Roçar a própria tez de pó e pólvora.
Vejam-no violar as regras rígidas
De Hera. Provem-no a chorar a perda
De Pátroclo, o amor descomunal. Ouçam-no
A gritar contra as muralhas de Troia,
A abalar o Ocidente, a Poesia.
Contemplem Heitor ser morto arrastado,
Cantem o fogo e as cinzas pelos lados,
Por nossa crueldade abençoada.
Já não lhes restam senão alma e nada.
Um pouco mais do olhar, e saberão
Que também foram feridos, por flechas,
Fundo, no calcanhar, pra sempre.
E além do que ser possa o coração.
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