sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Adriano Nunes: "Até que composto esteja o canto" - para Alberto Lins Caldas

"Até que composto esteja o canto" - para Alberto Lins Caldas


Eis que subitamente me assalta
No quarto, no trabalho, na praça,
A qualquer custo, em qualquer instante,
Para provar-me que é importante.
Pôs-me um outro soneto a inventar,
Pois do meu ser já fez o seu lar.
Não mede esforço algum para tanto,
Até que composto esteja o canto.
Assombra-me e alegra-me, refaz-me,
A cada ritmo, espírito e carne.
Depois, deixa-me a sós co' as sinapses
Que, desatentas, podem, é claro,
Lesar os versos, ao primo passo,
Supondo que engendrar Arte é fácil.

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