"Que me absorve, e leva"
Pela janela, a aurora observo.
Zéfiro que chega,
A áurea beleza
Exposta, co' engenho,
Por Apolo, o deus
Gerado de Leto,
De Zeus, predileto.
Um ignoto ver
Que me absorve, e leva
Vidas ao meu verso.
Claro renascer
Para tudo, o que
Em mim bem retenho,
Os desejos meus,
O que se conserva.
Pela vidraça, a manhã vejo.
Talvez seja Eros
Que agora aparece.
Ou serás tu que
Ouviras o apelo
Dessa minha prece?
O amor? Como tê-lo
Muito além do peito,
Do que nem desfeito
Pode mesmo ser?
Tudo resplandece.
Tudo se aconchega
No olhar, com leveza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário