"Porque mui se quis o amor"
Eu não sei o que dói mais:
Se a vida que vinga e voa
Ou se ser essa pessoa
Que, entre ideias, jamais
Entendeu o que a povoa.
Se a vida que vinga e voa
Ou se ser essa pessoa
Que, entre ideias, jamais
Entendeu o que a povoa.
Talvez aos poemas dada,
Como se houvesse, pra cada
Palavra pronunciada,
Uma saída escondida
Para iluminar a lida
Como se houvesse, pra cada
Palavra pronunciada,
Uma saída escondida
Para iluminar a lida
Desgastante, a reviver
As ululantes quimeras,
Porque mui se quis o amor,
Além das sobras do ver,
Do que se pôde propor
As ululantes quimeras,
Porque mui se quis o amor,
Além das sobras do ver,
Do que se pôde propor
Através do coração.
Não, não são todas as meras
Armadilhas das vontades,
Das tantas taras que ardem
Ante as coisas que só são.
Não, não são todas as meras
Armadilhas das vontades,
Das tantas taras que ardem
Ante as coisas que só são.
Que dor! Quântica tristeza!
Nem a métrica da esp'rança
Consegue bem resolver
A dicotomia fria
Que em mim finca-se, e alcança
Nem a métrica da esp'rança
Consegue bem resolver
A dicotomia fria
Que em mim finca-se, e alcança
As maiores redondilhas
Que teço para invocar
Erato, a plena beleza
Que existir na poesia
Só deve, o labor mais leve!
Que teço para invocar
Erato, a plena beleza
Que existir na poesia
Só deve, o labor mais leve!
E tudo dói porque é tudo.
A vez me decifra. A Esfinge
Que não pude ser me atinge
Em cheio, rasga a laringe
De grafite... E fico mudo!
A vez me decifra. A Esfinge
Que não pude ser me atinge
Em cheio, rasga a laringe
De grafite... E fico mudo!
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