"A Poesia"
Mudança em casa.
Metamorfose
Feita de pó,
De mofo, fotos
Antigas, gastas
Vassouras, pás,
Panos, sabão,
Poentes, sonhos,
Papéis e lixo
Cotidiano.
Metamorfose
Feita de pó,
De mofo, fotos
Antigas, gastas
Vassouras, pás,
Panos, sabão,
Poentes, sonhos,
Papéis e lixo
Cotidiano.
Disso me livro
Com que vontade?
Com que vontade?
Com que verdade
Preciso disso?
Preciso disso?
Vasta limpeza
De que adianta?
Rearrumar
Todo o meu lar
De que me vale?
Toda mobília,
Todos os traumas,
Raspa da vida
Que me edifica -
Onde pôr tudo?
De que adianta?
Rearrumar
Todo o meu lar
De que me vale?
Toda mobília,
Todos os traumas,
Raspa da vida
Que me edifica -
Onde pôr tudo?
Quem mesmo sabe
Onde me deixo?
Onde me deixo?
Qual de mim guarda
Queixas e táticas?
Queixas e táticas?
Perpassa o dia...
Às nove horas
Em ponto, prontos
Para a batalha
Contra o meu ser,
Armários, roupas,
Pratos, talheres,
A imprecisão
Que nada cede,
A ideia inerte.
Às nove horas
Em ponto, prontos
Para a batalha
Contra o meu ser,
Armários, roupas,
Pratos, talheres,
A imprecisão
Que nada cede,
A ideia inerte.
Com que sorriso
Vou cativar-me?
Vou cativar-me?
Com que infinito
Sondar-me a carne?
Sondar-me a carne?
Vasta alegria?
Às doze e meia
Já de saída,
Com as metáforas
Na Língua, sério,
Aquecendo-me
Sob sóis do metro,
Dentro de mim,
Dentro do cérebro,
A Poesia.
Às doze e meia
Já de saída,
Com as metáforas
Na Língua, sério,
Aquecendo-me
Sob sóis do metro,
Dentro de mim,
Dentro do cérebro,
A Poesia.
Adriano Nunes
*Poema escrito por mim em 19 de maio de 2009, sob o heterônimo Cecile Petrovisk, modificado, hoje.
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