domingo, 6 de novembro de 2016

Adriano Nunes: "A Beleza"

"A Beleza"

Calor e calmaria. O instinto cede
À vez. O que há que se possa ser,
Sem antes não ser engolido pela
Incerteza do instante de prazer?
A ti, curvo-me até, Beleza inteira,
Intacta. Por que não consigo ver-te?
Sumo e silêncio.... A lida dá-se sem
Amarras. E nada tens a dizer.
Com quem acertar contas nunca tens.
Nem mesmo com as pálidas paredes
Da ilusão. Ah, com que espelhos reter-te,
Ó, peregrina proeza, deleite
Do olhar, do que no sentir mais se deixa?
Que fazer pra que os meus versos aceites?

Nenhum comentário: