"Reverenciando o que vinga adentro"
O corpo sem uma mínima amarra,
Ante a certeza de que tudo acaba,
Dado ao álc'ol forte da solidão,
Aos remédios que gritavam à mão,
Aos desenganos e desassossegos,
Aos amores que pulsavam desfeitos,
Ao entendimento deturpado mesmo
Dos modos e medos, cruéis cordeiros
Que em lobos se vertiam, quem os sente?
Ao projétil parado de repente.
Depois, o susto, a mágoa, a vida dada
Para que a poesia desse as cartas
Do jogo, refazendo espaço e tempo,
Reverenciando o que vinga adentro.
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