essa quimera palpável,
esse recanto sombrio,
essa descida precisa,
às pressas, às tais crateras
da satisfação, as sobras
desses vínculos , que são?
esse instante inatingível,
essa fresta na fronteira
do olvido, esse filme-fim,
essa vírgula perdida,
à-toa, na imensidão,
esse conchavo, que são?
e mais além e pra sempre...
é verdade sim: mentimos
de acordo com nossa carne,
esse acúmulo de sonhos,
esse tumulto de tédios,
esse eclipse de sinapses,
e o que foi e ainda mais...
porque pesávamos tempos,
não tínhamos sequer Ítaca
pra regressar, nem saídas
desses labirintos íntimos,
vivíamos a exceção:
o amor-mor, desafiando
o infinito de uma folha
em branco, essa trajetória
do existir, a alegre fonte
mágica, essa descoberta:
o lance da poesia.
Um comentário:
Belo, de verdade.
Por vezes me sinto assim:
«essa vírgula perdida,
à-toa, na imensidão,».
bj
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