sábado, 20 de fevereiro de 2016

Adriano Nunes: "De poemas, tudo"

"De poemas, tudo"


Antes já morder
O proibido fruto,
Ser assim expulso 
De algum paraíso
Incompreensível.
Ser qual Prometeu,
Pondo em desafio
Zeus e todos seus
Deuses tão submissos,
Ter bicado o fígado.
Antes o prazer
De ver esse circo
De pavores e
Sonhos opressivos
Pegar fogo, juro, e
Achar, em um livro
De poemas, tudo,
Outros labirintos,
Muitos ritmos íntimos,
Liberdade, isso
Que se chama vínculo
De vida. Repito:
Antes correr riscos,
Ser símile a Ícaro,
Poder escolher.

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